O Abismo a Ti Contempla: The Binding of Isaac

Se eu falar “escatologia”, as chances são que você irá pensar em coisas desagradáveis. Mas há um fascínio,até uma atração, na nojeira; talvez porque haja algo intrinsecamente humano em nossos fluidos corporais, que eles nos lembram de nossa condição de criatura de carne e sangue, e não apenas feita de preocupações inconscientes. Queremos sanitização mas a simplicidade de brincar na lama é tentadora.

Há outro sentido que as pessoas não costumam lembrar, porém. Escatologia quer dizer “estudo do fim das coisas”, o que pode tanto se referir ao fim do mundo, ao juízo final, quanto á uma meditação sobre nosso próprio, inevitável fim.  No cânone judaico-cristão, a escatologia é o acerto de contas, aonde os maus serão punidos com a danação eterna, e os bons recompensados com o paraíso. Quer você creia nisso ou não, é uma concepção fatalista, cruel, irreversível. Tal como uma dor de barriga súbita, quando um banheiro é distante.

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Coisas que eu joguei nesse mês mês passado – 08/12

Eu tenho muitas coisas pra fazer, e muitos jogos pra jogar, mas principalmente muitas coisas pra fazer. A vida é difícil e esquisita. E isso foi o que eu joguei esse mês.

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Coisas que eu joguei nesse mês – 07/12

Deus, esse desenho era terrível; mas até hoje em grito “olíííííímpia” em shows de rock e ninguém nunca entende. É que o hércules gritava isso pra ganhar força ou algo do tipo. Enfim, coisas que eu joguei esse mês:

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Os fantasmas na máquina precisam dormir: Assassins Creed (o primeiro)

Assassins Creed é um jogo brilhante, estragado por pessoas idiotas.

Ou: Assassins Creed é um jogo idiota, salvo por pessoas brilhantes.

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Story Mode

Durante meu período de ausência desse blog, eu cismei de inventar um novo; minha insatisfação perene com o estado da cobertura de jogos em português, mais um excesso de Critical Distance, aliado á uma necessidade de sharpen my english writing skills, me fizeram criar o Story Mode, um blog em inglês.

Que em um ano teve dois textos.

Mas tinha um logo bem legal; pena que eu perdi quando apaguei o blog. Por isso fiz esse outro logo no Paintbrush pra compensar.

A ideia era fazer textos curtos e concisos sobre apenas um título, uma ideia que estou tentando passar para o atual modus operandi do Final Secreto.  Já que eu gostei muito dos textos que pus lá, retraduzi-os e coloquei aqui para os meus leitores hipotéticos.

A tendência é que esses textos só façam sentido pra quem já jogou os jogos, e o processo de re-retradução pode deixar algumas coisas confusas; mas diabos, palavras ordenadas sem semblante de lógica podem ser legais também, pergunte pros dadaístas.

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Coisas que eu joguei esse mês – 06/12

Isso é algo que eu vou tentar fazer. Cada mês eu jogo coisas; eu não tenho tempo de falar sobre essas coisas, então vou tentar resumir aqui. Eu jogo coisas estranhas, por sinal.Por isso a vaca.

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De volta

eu sou tão #newaesthetic

Então, de volta.

Acho que é uma boa hora pra ressucitar esse blog. Nos últimos meses andava com uma vontade danada de voltar a escrever sobre jogos, ou pelo menos ter uma desculpa para voltar a escrever sobre jogos. Pensei em fazer um blog novo. Ate tive um blog novo. Mas ler o primeiro post que publiquei no Final Secreto, há longinquos dois anos (quase o mesmo tempo de duração do meu blog anterior ao Final Secreto, o Gamer Atrasado – sincronicidade, dude), me fez lembrar que ainda concordo com tudo que meu eu levemente mais jovem, mais inocente, e menos cínico escreveu.

(quer dizer, quase tudo; hoje em dia eu vou mais com a cara do Jonathan Blow do que antes, não acho que o Farmville vai destruir o mundo, e basicamente tudo que está escrito nesse texto; porém continuo achando que o New Super Mario Bros e seus derivados são umas tranqueiras)

O que mudou nesse tempo? Muita coisa. E praticamente nada.

A internet está cada vez mais perene, e até em certo ponto mais idiotizantes (o Facebook virou o Super Smash Bros dos superegos); não posso dar dois passos sem esbarrar em alguém falando de “sustentabilidade” ou “convergência de mídias”, ou qualquer buzzword do tipo; e parece indicar que eu estou muito mais chato. Fiz algumas coisas, conheci alguns lugares; até fiz alguns jogos (embora não é nada de que me orgulhe).

Aqui no Brasil não creio que muita coisa tenha mudado; para cada iniciativa bacana, empresa bem intencionada, ou evento bem-organizado, temos esses atrozes videoblogs de jogos comandados por criançadultos hipercafeinados, que sabe-se lá porque o Youtube insiste em me indicar; reportagens estapafúrdias; miopia cultural ou simplesmente aquela contínua, dolorosa sensação de que falar e fazer jogos com seriedade no Brasil não dá certo. De que jogos eletrônicos são culturamente relevantes e promissores, e não passatempo de nerds autointitulados (clarificação: o “nerd”, como construto social, deve ser morto e ter sua cabeça posta num espeto – mais deliberação sobre esse tema num futuro artigo), ou eventual saco de pancadas de políticos oportunistas e uma mídia mínimo-denominador-comum. De que jogos não vão ser a forma de arte donimante e resplandecente que a brilhante futura era da humanidade precisa, e sim só um palco de promessas irrealizadas.

Mas claro que eu estou enganado, não?

Se esse blog renascerá como uma fênix flamejante ou como um zumbi esquálido, ou se sucumbirá a minha tendência á procrastinação (o maior mal do homem moderno), eu não sei. Se bobear, eu desisto dessa re-empreitada semana que vem. Por hora, um sumário.

Este é um blog:

-sobre jogos eletrônicos, com um foco especial em análise de seus multifacetados aspecto, como design, narrativa, e impactos social (porque, U-AU, jogos causam um impacto social); novamente, nascido do fato de que pessoalmente, acho que não tem (quase*) nada decente pra ler sobre esse tema em português

*sempre existe algum blog legal de pessoas de mentes parecidas em algum lugar da internet; se você é assim, por favor, manifeste-se.

Este NÃO é um blog:

-de super dicas, truques e manhas para os jogos mais irados do momento

-de manchetes cujos títulos que terminam com ponto de exclamação, falando sobre MMOs chineses free-to-play sendo traduzidos para o português, e como isso é tipo muito imporante pra indústria nacional

-de pseduo-humor barato e excessivamente referencial típico do “mundinho nerd” (ugh)

-de momentos de fúria CAPSLOCKiana por alguma razão idiota (honestamente, nós convivemos diariamente com a certeza da morte e da incerteza do que vem a seguir; nosso universo é composto de infinitas partículas de tamanho inimaginavelmente superior e inferior ao nosso, sendo uma fonte de mistérios infindáveis mas não insolúveis; então porque as pessoas perdem tanto tempo e energia discutindo, sei lá, que equísboquis é melhor que pleistéitchon – mas também não entendo torcida de futebol e fanastismo religiosos, e pra mim é quase tudo a mesma coisa).

-de piada de meme; eu odeio piada de meme, e o que elas representam da neurose informacional e digital que vivemos.

(e pra constar, Richard Dawkins, a culpa é toda sua)

Agora que tiramos isso do caminho, podemos a falar de coisas interessantes: videogame! Yay. Vamos simbora.

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Interrompemos nossa programação normal…

Então gente, eu sei que este blog não tem muitos leitores frequentes (se tem algum) e a grande maioria são leitores que caem aqui por acidente ao procurar imagens dos Super-Gêmeos no google, mas de qualquer forma, vou dar um aviso.

Eu vou interromper o blog Final Secreto por um tempo indeterminado; nos últimos tempos, eu realmente não tenho tido tempo livre algum, pois compormissos de toda sorte fizeram a partilha de minhas horas vagas, tanto pra jogar quanto pra escrever. Mas não foi só isso; também ando questionando um pouco a validade desse excesso de discussão á respeito de questões de game design  e indústria de jogos que rolam pela internet. Já vi diversos pontos que defendi aqui, sendo expressos com mais argúcia em outras paragens (em inglês, vale notar – não é que não existem blogs bons em português, mas simplesmente não há público para isso ainda).

A verdade é que o ponto principal de todas as questões envolvendo jogos hoje em dia é que se fala muito e se faz muito pouco. Não podemos discutir sem ter base, repisando clichês e lugares comuns. Uma voz dissonante é melhor expressa num obra do que em uma análise; aprendemos no contato direto com a novidade no que na infindável torrente de discussões que esta provoca, que filtra nossa percepção das coisas com a opiniãos dos outros.

Eu continuo nesse caminho; talvez aqui, talvez em outro blog, talvez até de outra forma que não a escrita, mas eu vou continuar.

Até.

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Três Conclusões Desconjuntadas Sobre Narrativa

Fazem dois meses que eu não posto nada? Meu deus, eu sou relapso.

Ahem.

Então, se é pra voltar direito, vamos voltar falando de um assunto que eu gosto em particular: narrativa em jogos.(eu espero que um dia esta frase não soe insuportavelmente pretensiosa). Nos últimos dias, uma série de coincidências estranhas (uma entrevista de uma autor que eu particularmente gosto, uma revista velha no consultório médico, um filme passando numa madrugada de insônia) me direcionaram para os trabalhos de um certo Robert McKee, (o cavalheiro simpático que está disparando lasers contra gatinhos na imagem acima – eu senti que o meu blog andava precisando de um pouco de humor de internet) cujas palestras á respeito de estrutura influenciaram dúzias de roteiristas bem sucedidos, e salvaram outros tantos aspirantes da mediocridade (não que a mediocridade parou de ser valorizada em Holywood, mas enfim).

Então, lendo o que eu pude encontrar a respeito do assunto, encontrei, novamente, diversos paralelos entre as estruturas do filme e de jogo (fora o fato de que muitas dos conselhos de McKee podem cair como uma luva para certas situações eletrolúdicas). Como, apesar de algumas tentativas, ainda não existe uma teoria unificada á respeito de como conduzir narrativas em situações de jogo (e eu também espero que nunca exista), eu peguei algumas três conclusões que tive ao longo das leituras sobre esse assunto,e  vou tentar desenvolver em seguida.

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Uma Questão de Dificuldade

Seja sincero consigo mesmo: você já desistiu de um jogo porque ele era difícil demais? Bom, se o seu primeiro console já tinha um cartão de memória (e se você não tem curiosidade de jogar nada mais antigo), as maiores chances são de que não. E francamente, não tem muito problema nisso. Existe um esboço de discussão entre jogadores antigos, que acham que todos os jogos modernos são muito fáceis e seguram muito a mão de quem os joga. Mas dificuldade ás vezes não é apenas uma questão de gosto ou habilidade (já que ninguém gosta de perder, mesmo que seja para o computador), mas de escolhas de design.
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